Lembrar de você...


Escrevo para dizer que estou bem. Também escrevo para dizer que me lembro de você; não todos os dias, mas na maioria deles. Jamais cogitei a possibilidade de tentar te esquecer. Eu não me esqueço de ninguém que passa pela minha vida; por que esqueceria logo de você, que ontem era tudo e, hoje, já não é nada além de uma lembrança empoeirada na estante de minhas memórias?
Já cheguei a pensar que talvez você tivesse razão sobre a última coisa que me disse: que eu nunca amei você. Mas não… Você não estava com a razão. Eu te amei até deixar de amar e, só porque uma coisa não está mais lá, não quer dizer que ela nunca existiu. Nada é eterno, tampouco infinito. Nem mesmo o universo.

Eu acreditei que quando começasse a te escrever, o resultado seria um jorro de mágoas ou rancor, mas agora percebo que me enganei. Ao que me parece, quando parei de nutrir os sentimentos ruins em relação a você, eles desistiram de mim e foram procurar outra pessoa que os alimentasse.

Não desejo o seu mal; mas também não desejo o seu bem. Não te desejo nada. Será que isso me torna alguém ruim? Demorei muito tempo para conseguir uma resposta para essa pergunta, que só veio quando eu vi quando uma borboleta pousar no muro. Me dei conta de que eu não desejei a morte dela, entretanto não desejei que ela tivesse uma vida longa e feliz (pelo ponto de vista de uma borboleta, já que não sei o que elas consideram uma vida longa e feliz). Eu sou apenas indiferente e, apesar de acreditar que a indiferença possa ser um traço negativo em muitos casos, este não é um deles.

As nossas músicas não são mais as nossas músicas. Minha memória pode ser péssima às vezes, mas eu sentia orgulho por saber o seu número de cor. Hoje, se alguém me perguntar qual é o número do meu RG, eu não vou lembrar. Se me perguntarem quais os últimos dígitos do seu telefone, também não.

As pessoas estão certas quando dizem que a vida é sobre saber seguir em frente e é o que venho fazendo. Cada vez que eu olho para trás, você está sempre um pouco mais distante.

Me lembro de quando você me pediu para não te odiar. Pois saiba que não te odeio. Isso seria sentir muito por alguém que, hoje, é pouco.


Autor: Orvedose de Amor 

2 comentários:

  1. Eita poha...........
    olha, sempre olho aqui.. sempre, mas esse texto foi demais pra mim. Queria que uma (ou talvez duas) pessoas lessem como se fosse meu. Seria um tapa na cara boniiiiito neles. rs
    no mais, agradeço por me fazer lembrar que existem pessoas que já foram tão importantes em nossas vidas e que hoje são simplesmente pessoas, indiferentes.

    Livre Leve Livro

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    1. Esse texto é perfeito, me veio lembranças ao ler e eu precisava compartilhar isso.
      Gi Bju! :*

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